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Rua Conselheiro Dantas, 964 - Vila Tibério, Ribeirão Preto/SP.
Aberto ao público todo dia das 10h às 20h.
sobre o memorial.
O Memorial da Resistência Madre Maurina Borges é uma ocupação realizada por movimentos sociais e diversos ativistas e militantes para construir um centro de pesquisa, cultura, estudo, organização popular e memória. Buscando principalmente resgatar as trajetórias históricas dos processos de resistência popular do interior paulista como o Levante de Guariba e a luta contra a ditadura militar fascista instaurada em 1964.

Madre Maurina Borges
Madre Maurina foi uma freira franciscana que dedicou toda sua vida em serviço e amor ao povo pobre e trabalhador. Dirigiu o Lar Santana, um orfanato que se localizava na Vila Tibério, em Ribeirão Preto/SP. Sempre se colocou contra às violências e injustiças, apoiando a luta daqueles que desejavam derrubar a ditadura militar. Também enfrentou as elites locais ao se recusar a retirar vagas das crianças pobres do orfanato, permitindo que as mães de famílias ricas deixassem suas crianças no orfanato.
Por conta disso e de seu apoio ao Movimento Estudantil Jovem (MEJ) e as Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), Madre Maurina foi presa e torturada barbaramente por Sérgio Paranhos Fleury, sendo a única religiosa torturada em todo o Brasil durante o período da ditadura, que se tenha notícia. Após sua prisão passou 10 anos no exílio no México.
Maurina não entregou um fio de cabelo das dezenas de jovens combatentes e revolucionários que conhecia durante as torturas e atuou constantemente para demonstrar solidariedade e apoio para as outras mulheres que estavam presas na mesma cela que ela.
Lar Sant'ana
Em meados de 2015 o prédio do Orfanato Lar Sant’ana foi vendido pela Congregação para a Prefeitura de Ribeirão Preto, que fez questão de manter o local abandonado e depredado durante mais de 10 anos.
Apesar de ser um prédio histórico que figura num dos principais casos de resistência e repressão do período da Ditadura Militar, não há nenhuma política pública consequente para destinação do espaço, apesar de diversas consultas, audiências e pareceres de comissões já terem indicado que a criação de um Memorial no local seria a melhor destinação possível. A maior parte da fiação já foi furtada, o prédio constantemente é invadido para jogos de paintball, com anuência da GCM, de acordo com os moradores do bairro, e até mesmo casos de “investigação paranormal”.
A verdade: existe um projeto sistemático de apagamento histórico dos processos de luta e resistência que tiveram palco no interior de São Paulo. Desde as lutas dos povos indígenas e dos negros escravizados, as lutas operárias e de trabalhadores do campo, as lutas estudantis e antifascistas, etc.
Isso tudo com a intenção de nublar a perspectiva histórica do povo, criar uma versão artificial e falsa de um interior hegemonizado pelo reacionarismo e pelo agronegócio, onde o povo é conivente ou até mesmo cúmplice de suas próprias violências. Mas os poucos casos conhecidos como a Revolta da Fazenda Castelo, o Levante de Guariba, a FALN e muitos outros.
Ter um Memorial da Resistência que atue permanentemente no resgate, preservação e divulgação das lutas populares do interior de São Paulo é o melhor destino possível para o uso de um prédio que, diferente de tantos outros vinculados ao período da Ditadura, não foi palco de aparatos repressivos, mas sim fazia parte do aparelho de resistência e solidariedade do povo.
Para realizar este projeto, militantes e ativistas se juntaram e ocuparam o imóvel abandonado, iniciando a limpeza, preservação e revitalização do prédio. Neste processo, buscando ampliar e organizar a atuação do Memorial da Resistência Madre Maurina foi decidido em assembleia pela fundação do Instituto Memória Amaral Vaz Melone.
O Instituto realiza o cuidado e a coordenação do Memorial da Resistência, organiza as atividades, implementa as melhorias estruturais e se emprenha em realizar um trabalho ativo de resgate, pesquisa e exposição das experiências históricas de luta e resistência da região. A associação ao Instituto é livre para todos que concordem com seu Estatuto e princípios, sendo o candidato aprovado pela Diretoria Executiva do Instituto.
Amaral Vaz Melone foi um operário metalúrgico assassinado violentamente com um tiro no rosto pela Polícia Militar do estado de São Paulo durante a brutal repressão imposta contra o Levante de Guariba de 84 - também conhecido como a "Greve dos Boias-Frias".
Clique aqui para saber mais sobre o Instituto Memória Amaral Vaz Melone








